PMDB de MT comemora soltura do ladrão Silval

Ex - Líder de Silval, Deputado Romualdo Junior usa frase que eleitor consciente jamais perdoaria:
 “Fico feliz pela soltura e espero que nunca mais volte para lá”


Romoaldo defende Silval e diz que ex-governador está pagando por se sujeitar a “modelo falido”

O deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB) disse ter ficado “feliz” pela soltura do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Para ele, o peemedebista fez uma boa gestão, mas está pagando por se sujeitar a um “modelo político falido”.

Após um ano e nove meses, o peemedebista deixou o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), na noite de terça-feira (13), por decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

“Recebi a notícia com alegria. Bom saber que um amigo volta para casa depois de dois anos sem encontrar a esposa, filhos, conhecer o netinho que nasceu enquanto ele estava preso. Acho que Silval teve muitos pontos positivos no Governo, mas teve as falhas, e por elas está pagando agora”, disse.

“Fico feliz pela soltura dele e espero que nunca mais volte para lá. Por enquanto, a festa é da família. Mas vou procurá-lo, dar um abraço. Faço questão de passar e dar um abraço nele”, afirmou.

Ex-líder de Silval, Romoaldo disse que o peemedebista herdou contas não só de sua campanha, em 2010, como de “outros candidatos”.

“Ele fez um governo que a gente percorre por aí e vê o reconhecimento das pessoas. E a sociedade não aceita mais o modelo político que era antes. Ele herdou contas da campanha dele, contas da campanha de outros candidatos, fez esses pagamentos, de forma que a justiça não aceita, a sociedade não aceita. Hoje, o Brasil está desmoronando, porque estão desnudando o que era a política, desnudando esse modelo falido”, afirmou.

“Mas fico feliz com a soltura dele. Fico feliz que possa voltar para sua casa. Conheço o ser humano Silval. Sou amigo do Silval há 25 anos e sei o ser humano que ele é. Acho que esses dois anos de cadeia devem ter sido muito difíceis para ele, sem a sua liberdade”, disse.

Liderança e influência em 2018

O deputado disse acreditar que o ex-governador, caso queira, tem condições de ser influente nas eleições de 2018. Entretanto, afirmou não acreditar que esse seja seu desejo.

“Eu não acredito que uma pessoa que passa por tudo isso tem ânimo para voltar à política. Acho que o Silval vai seguir uma nova fase na vida dele. Não acredito que ele tenha intenção política ou vontade para voltar. É muito difícil”, afirmou.

“Mas ele tem sua parcela de voz, sim. Tem um desgaste grande, mas tem, em muitos lugares de Mato Grosso, o reconhecimento de pessoas que foram beneficiadas em seu governo ou como deputado estadual. Ele teve uma carreira política bonita no Estado”, completou.

A soltura

Preso desde setembro de 2015, Silval conseguiu converter sua prisão preventiva em prisão domiciliar na última terça-feira (14), após confessar seus crimes.

No pedido de revogação de prisão, a defesa do ex-governador argumentou que Silval "resolveu assumir publicamente postura defensiva no sentido de colaborar com as investigações e com o deslinde das ações penais".

A defesa também citou que o político estaria se sentindo ameaçado dentro do Centro de Custódia, em razão das informações publicadas na imprensa dando conta de que ele estaria firmando delação premiada. Ele estaria, inclusive, sendo pressionado por pessoas que possam vir a ser delatadas por ele.

As ameaças estariam sendo feitas também contra familiares do ex-governador.

Consta na decisão que o Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer favorável à soltura dos acusados. Além de Silval, seu ex-assessor Sílvio Araújo também foi solto após fazer confissão.

Ela citou também que o fato de ambos estarem sofrendo ameaças dentro do CCC é “preocupante”, já que poderia atrapalhar a descoberta de fatos ainda não revelados.

Na decisão, a juíza concedeu prisão domiciliar aos acusados, que serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas.

Segundo ela, a medida é necessária para que os acusados não se ausentem de suas residências "por qualquer motivo".


Midianews

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