CAIXA 2 EXISTIU NA CAMPANHA DE LÚDIO CABRAL, "PT" NA CAMPANHA DE 2012, DIZ MP


Na denúncia relativa à quinta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil, a promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco sustenta que houve caixa 2 na campanha eleitoral do petista Lúdio Cabral a prefeito de Cuiabá nas eleições de 2012, o que na prática corresponde a despesa não contabilizada a Justiça Eleitoral.
Isso porque o valor de combustível efetivamente consumido durante a campanha de Lúdio Cabral correspondeu a aproximadamente R$ 2 milhões, enquanto o gasto oficialmente declarado perante a Justiça Eleitoral foi de apenas R$ 221 mil.
De acordo com a denúncia, o gerente do Posto Marmeleiro, Afonso Gleidson Teixeira, responsável pela administração da empresa em 2012, confirmou que o valor fornecido em combustível pela empresa à campanha eleitoral do PT foi de aproximadamente R$ 2 milhões.
Porém, por meio de fraudes para maquiar os gastos com combustíveis, o posto de combustível emitiu apenas três notas fiscais que totalizam o montante de R$ 221 mil.
“Dos abastecimentos de combustíveis fornecidos pela empresa Marmeleiro Auto Posto Ltda. à campanha eleitoral de Lúdio Cabral e Francisco Faiad, os colaboradores Juliano Volpato e Edézio Corrêa afirmam que o valor efetivamente consumido de combustível foi de aproximadamente R$ 2 milhões, mas somente o valor de R$ 221,8 mil foi quitado e declarado à Justiça Eleitoral, mediante emissão de notas fiscais, ficando o remanescente do valor a compor o caixa 2 da campanha e pendente de pagamento”, diz um dos trechos da denúncia.
Na eleição municipal de 2012, Lúdio Cabral compunha chapa com o advogado Francisco Faiad, que é filiado ao PMDB e foi preso preventivamente na quinta fase da Operação Sodoma, mas solto dias depois por ordem do desembargador Pedro Sakamoto.
Após a derrota na eleição municipal, Faiad foi nomeado Secretaria de Estado de Administração pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB). À frente do cargo, coube a Faiad a responsabilidade de pagar uma dívida de R$ 1,7 milhão relacionada ao uso de combustível na campanha eleitoral de 2012.
O esquema se dava por meio de abastecimento fictício de máquinas utilizadas pela Secretaria de Transportes e Pavimentação Urbana (SETUP).
A denúncia afirma ainda que Élio Corrêa, irmão do delator Edézio Corrêa e que também era gerente de um dos postos de combustível, confirmou em seu depoimento que Lúdio, Faiad, e Eder Moraes, na época coordenador financeiro da campanha, tinham conhecimento da existência e do valor do débito.
Élio foi responsável, na época, pelo controle de combustível na campanha de Lúdio, distribuindo às lideranças os tickets de abastecimento de combustível fornecido pelo Posto Marmeleiro.
“Após o término da campanha eleitoral, Faiad, Lúdio e Eder Moraes falaram para o depoente que havia ficado um débito com a empresa que prestava serviço de combustível (Marmeleiro Auto Posto Ltda.), sendo que esse valor que foi falado seria de R$ 1,7 milhão a R$ 1,8 milhão, sendo que Edézio e Juliano também comentaram com o depoente que havia ficado para trás um débito da campanha no valor citado acima”, diz trecho do documento.
A denúncia criminal ainda diz que no transcorrer das investigações, os empresários Juliano Volpato e Edézio Corrêa confirmaram que recorreram ao ex-secretário Éder Moraes para cobrar a quantia de R$ 1,7 milhão.
Porém, Éder Moraes se esquivou de qualquer responsabilidade e recomendou que a quantia deveria ser cobrada a Lúdio Cabral e Francisco Faiad, que se favoreceram com o combustível.
Por sua vez, Lúdio e Faiad informaram que não tinham dinheiro em caixa para quitar a dívida, mas que “dariam um jeito”.
Na avaliação do Ministério Público, os depoimentos comprovam a tese de que o R$ 1,7 milhão da propina arrecadada nas fraudes envolvendo o Auto Posto Marmeleiro Ltda. foi utilizado para pagar dívidas da campanha da chapa PT-PMDB.
Alvo de condução coercitiva na quinta fase da Operação Sodoma, Lúdio Cabral não foi denunciado pela Ministério Público.


fonte: GD

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